1º Ponto: Quando Jeff Hanneman faleceu em 2013, ainda houve gente que ficasse consternada pelo fato da banda não haver acabado ali mesmo: afinal de contas, a formação original havia perdido um membro, e mais: um dos principais compositores. Entretanto, bandas são empresas – queiram os fãs ou não – e compromissos previamente assumidos devem ser cumpridos. Com isso, não demorou para a banda se reestruturar e continuar com Gary Holt assumindo as seis cordas ao lado de Kerry King. Partindo desse conceito, também se conclui que o Slayer e as bandas de um modo geral, assim como as empresas, representam empregos e dinheiro envolvido. E como se diz no meio empresarial, “tempo é dinheiro!”, o que justifica a rapidez em resolver qualquer questão que represente a paralisação das atividades.
2º Ponto: Com a Nervosa não foi diferente, uma vez que a banda passou por uma ruptura na formação, onde 2/3 da banda saíram para fundar um novo grupo. E detalhe: em meio a pandemia que parou o mundo. O que parecia ser algo inesperado e de difícil solução a curto prazo, teve resposta do que restou da banda – a fundadora Prika Amaral – mostrando que não era o fim do mundo, ou melhor, da banda. Em pouco menos de seis meses, a Nervosa se reestruturou como um quarteto, já lançou 2 clipes/singles e em Janeiro do ano que vem lança o novo álbum, que já está finalizado. Ficou claro que a situação interna que culminou no racha já vinha se desenhando há algum tempo e que a ruptura não foi surpresa para as envolvidas. Mais do que isso, já havia plano B em andamento, na expectativa apenas do inevitável.
3º Ponto: Respondendo a um comentário feito no Instagram da Fernanda Lira por um fã, a pessoa me questionou a certa altura, quando mencionei que a Crypta havia ficado para trás ao não apresentar material novo até o momento: “No entanto, existe algum tipo de competição?"
Colocados estes 3 pontos iniciais, o quero demonstrar é que ainda existe uma certa ingenuidade e até romantismo dos fãs com relação às bandas, fazendo com que eles não enxerguem as entre linhas de certas situações. O questionamento sobre a existência de competição mostra uma linha de raciocínio pura: as bandas são diferentes e apesar da ligação entre elas pela Nervosa como trio, cada uma tem seu tempo e não existe a necessidade de mostrar serviço “para ontem”. Ledo engano, pois essa necessidade existe sim, assim como uma competição velada, que ninguém vai admitir, mas que ninguém quer perder. O caso da Nervosa é excelente para corroborar esta afirmativa pelo simples fato de que Prika não só já reformou a banda, mas também mostrou um resultado muito, mas muito acima do que o Nervosa com Fernanda e Luana havia conseguido até então.
É óbvio que vão haver comparações: os fãs e todos que ouvirem as duas bandas, assim que possível for, vão falar que uma é melhor, mais pesada, mais lenta, mais Death e menos Thrash, mais Thrash e menos Death e por aí vai. O que acontece é que quem ouvia a Nervosa, vai fazer do som antigo com o novo. Ao já mostrar um material aos fãs, mesmo que na forma de duas músicas apenas, conseguiu deixar todos de boca aberta. Já tive a oportunidade de ver vários “reacts” no YouTube (Ok, isso não quer dizer nada, concordo) e curiosamente todos foram unânimes em elogiar a faixa “Guided By Evil”, a primeira a ser lançada. Realmente a música é muito, mas muito boa, causando uma ótima primeira impressão e uma grande expectativa pelo álbum. A segunda “Perpetual Chaos”, faixa título do álbum, foi lançada hoje, e só pude ouvir uma vez. Mesmo assim, me pareceu ser outra pedrada muito boa.
Nenhum comentário:
Postar um comentário